Antigamente
tínhamos o hábito de escrever cartas.
Tínhamos
nossos correspondentes dos mais variados lugares e que arrumávamos das mais
diversas formas.
Ia-se
ao correio e perguntava-se ansiosamente se havia alguma carta.
Um
pouco depois, esperava-se ansiosamente o carteiro.
Aqui
em Ivoti, primeiro a querida Sidônia trabalhava sozinha no balcão do Correio.
Depois
quando voltei a morar em Ivoti, esperava ansiosamente o carteiro Lauri. Trazia
cartas, trazia um sorriso no rosto e sempre uma rápida prosa. Ás vezes pedia
água, talvez só para esticar um pouco a conversa.
Escrever,
receber as cartas, nos trazia ânimo na
nossa adolescência as vezes bem conturbada.
Minha
primeira correspondente foi Nilve de Ibirubá, conseguida pelo jornal alemão que meus pais e
o tio liam, o famoso “Brasil-Post”.
Havia
as cartinhas das amigas de infância: Leci, Lenise, Clarice, de Picada Capivara, hoje Lindolfo. E destas, o
carteiro era o Sr. Nestor Sander, leiteiro de lá e que as entregava para mim na Laticínios Ivoti
onde eu trabalhava. Traziam notícias dos
namoros dos últimos acontecimentos de lá...
Elisa,
Edi de Sapiranga, Loraci de Pelotas, Wanda de Campos Quevedos já na
adolescência, tinham muitas vezes os mesmos conflitos que eu.
Mais
tarde, já casada, acrescentei alguns correspondentes: Adi de Santo Augusto,
Marci de Ajuricaba que escrevia e não mandava, Maura de Vera Cruz, Miriam de Imigrante,
Elisabeta de Venâncio Aires, Adriane de Não-me-Toque...
Lembrando
deste passado, também me veio a mente que eu escrevia cartas para Deus.
Fiz
uma espécie de um diário, onde contava meus conflitos, minha saudade de
casa, a matéria de matemática que às vezes não compreendia, as paixões secretas
e nunca reveladas...
Mas
sobretudo, eu pedia força, sabedoria e fé para Deus.
Pedia
que Ele me guiasse porque não queria decepcionar meus pais que me deixaram sair
de casa com 12 anos para estudar.
Este
diário, estas cartas, me clareavam o
caminho a seguir.
E
assim, nesta pandemia, onde tantos estão sofrendo, revoltados, outros aprendendo o que Deus quer
nos ensinar...
Quem sabe?
Um diário... Onde se pode contar como está sendo esta vida que Raul Seixas já
cantava em 1977... “O dia em que a terra
parou”...
Escrevendo
neste diário, direcionando nossas aflições ao Alto, talvez tenhamos mais forças?
Escrevendo
neste diário, nossos motivos de agradecer a Deus pela vida que está aí para ser
vivida com mais cuidado, vejamos o
quanto que há para agradecer?
E
assim, deixo minha reflexão... Fé, amor, esperança, paciência, devem nos mover neste momento.
Deus
que é Pai continue em nossas vidas.
Que
Jesus, governador do Planeta Terra, não desista de nós.
Que
Mãe Maria, continue estendendo seu manto de paz sobre toda a humanidade.
Que
assim seja!
Este texto pode ser copiado parcialmente ou integralmente para fins educativos!
Me recordei agora dos meus diários /agendas da minha adolescência que ainda os(as) guardo.E as cartas?nossa realmente era uma alegria recebê-las, esperá-las.
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